TÉCNICOS DO PROGRAMA PETROBRAS AMBIENTAL AVALIAM PROJETO AQUIFLORA

TÉCNICOS DO PROGRAMA PETROBRAS AMBIENTAL AVALIAM PROJETO AQUIFLORA

LARVI. Projeto Aquiflora, patrocinado pelo citado programa, recebeu, entre 25-28/08/214, a visita de dois técnicos avaliadores, o gestor Luiz Flavio Magalhães e a consultora bióloga Lívia Loiola. Iniciou-se em 25/8 pela empresa Larvi Aquicultura Ltda, situada em Barreiras, Macau/RN, parceira do Aquiflora. Na vistoria, os técnicos conheceram em detalhe as instalações e operações do Laboratório de Carcinicultura; onde se processa a reprodução em água salobra do estágio inicial de vida desses camarões gigantes que vivem em água doce como o Pitu (Macrobrachium carcinus). Ainda que foi nele que, em 2012, persistentes experimentos da equipe da Larvi culminaram com o fechamento do ciclo completo desse estágio para o camarão Pitu. Feito inédito mundial na opinião de pesquisadores da espécie, diversos deles vieram conferir.

A bióloga Jaqueline Medeiros, pesquisadora e gerente da Larvi, apresentou aos técnicos esse precioso material biológico (foto 1): pitus reprodutores (tanques) e pós-larvas ou filhotes (caixas circulares), fruto dessa aventura do Pitu; e todos, pais e filhos, nascidos na maternidade. Explicou que as pós-larvas vão para viveiros do Centro de Aquicultura Lawrence (CAL) para cultivo de pitus juvenis e adultos, destinados os primeiros à soltura na natureza; e os adultos à formação de plantel e a centros parceiros de estudos da espécie. Adiantou que estabelecer uma rotina de produção é o objetivo da equipe, meta do trabalho e do compromisso para com o programa de recuperação do pitu do Aquiflora. 
A engenheira de pesca Tereza Raquel, técnica da empesa, guiou Luiz e Lívia pelas instalações da Larvicultura, reformadas e ampliadas com recursos do projeto Aquiflora, visitando cada ponto dos estágios do processo reprodutivo (foto 2). Relatou sobre os procedimentos de biometria, medidas de parâmetros, controle de variáveis de cultivo, manejo alimentar, sobrevivência, biossegurança, cuidados sanitários e outras rotinas.     

Jaqueline ressaltou que o manejo da larvicultura do pitu ainda depende de melhor conhecimento das variáveis e ajustes de parâmetros. Ponderou ser, todavia, uma situação normal num processo recente, pioneiro no mundo; e que, para ser colocado no ponto, carece de repetições controladas de ciclos de larvicultura. Trabalho que demanda persistência e permanente presença no laboratório; recursos para custeio das despesas que são altas e sem abate comercial pelo fato de tudo estar ainda no estágio experimental de processo; somam-se ainda as despesas de formação e manutenção de plantel de matrizes e reprodutores, trabalho feito na fazenda Lawrence. Resulta num produto final (a pós-larva) de custo elevado de valor apenas ecológico. Daí ser o Projeto Aquiflora, patrocinado pela Petrobras, instrumento técnico e suporte financeiro indispensável no contexto explicado; finalizou Jaqueline.   

O coordenador do Aquiflora, José Salim, afirmou que só o feito inédito do domínio da larvicultura do pitu já era um grande avanço e conquista da aquicultura mundial; justificaria, mesmo a “preço ecológico”, o investimento atual e outros futuros necessários ao custeio de suporte ao processo de recuperação de estoques naturais do pitu no país, objetivo perseguido pelo Aquiflora. Solicitou a Jaqueline orçar tais despesas laboratoriais para constar do orçamento da Fase II do Aquiflora. Finalizou com elogios à equipe da Larvi pelos resultados positivos dos estudos do pitu e agradecimento a Petrobras, através de seus representantes, pelo patrocínio e contribuição aos avanços relatados. Foto 1 (dir>esq): Tereza (blusa branca), Flávio, Salim, Lívia e Jaqueline; Foto 2 (esq>dir): Tereza mostra fêmea de pitu preste à desova a Lívia (blusa vermelha), Salim e Flávio. Fotos: ABDA/Aquiflora (25/08/2014).    

CAL. No dia 26/08, a vistoria técnica ocorreu neste Centro, em Jundiá/RN. Guiados por Elias Oliveira, gerente do CAL, os técnicos conheceram detalhes do Núcleo de Peixes Nativos (fotos 3 e 4) de reprodução induzida de alevinos de Curimatã (Prochilodus cearensis) e Piau (Leporinus piau); peixes comerciais da caatinga dizimados dos açudes comunitários pela seca perdurante desde 2012; paralisou também a produção de alevinos das duas estações de piscicultura do governo, construídas no semiárido (Caicó e Pau dos Ferros). Núcleo de Larvicultura do Pitu (5) e explicado que, quando concluído, será uma estrutura semelhante à da Larvi para somar na produção de pós-larvas; mas com valioso atributo de biossegurança: distante do litoral e protegida de males de crustáceos marinhos, como o da atual virose da Mancha Branca atacando o camarão de fazendas litorâneas. Jaqueline observou que em ambos os Núcleos (Larvi e Aquiflora) podem ser também produzidos camarões gigantes de outras espécies comerciais (M. rosenbergii e M. amazonicum). Por fim, o reflorestamento de mata ciliar de nascentes e riachos da propriedade realizado em parceria com o Aquiflora (materiais e orientação técnica) e a fazenda Lawrence (mão de obra e conservação). Foto 4: bateria de incubadoras (verde) da larvicultura e tanques (ao fundo) de machos e fêmeas, utilizados no processo reprodutivo de indução hormonal. Foto 4: (dir>esq): Elias mostrando peixe Piau a Cláudio, Lívia e Flávio; foto 5: Flávio atento à apresentação pelo técnico em aquicultura Anísio Neto das dependências do Laboratório do Núcleo de Larvicultura do Pitu em construção. 

ABDA. Agenda de 27 e 28/08, na sede do Aquiflora, em Natal, iniciou-se por síntese das atividades do Aquiflora, apresentada por Salim, demonstrando o cumprimento das metas e da entrega dos produtos contratados com o Projeto a encerrar-se agora em 15/09.  Flávio e Lívia, por sua vez, externaram impressões positivas do que viram e ouviram no curso da avaliação do trabalho da equipe da ABDA e dos parceiros visitados. Relatos que convergiram para concordância de que foram estabelecidas as bases indispensáveis de infraestrutura, material biológico, metodologia e equipe técnica de suporte ao Aquiflora para execução dos programas discutidos. Evidentemente justificar demanda ao Petrobras Ambiental do patrocínio de nova fase do Projeto Aquiflora. Proposta apresentada, discutida e considerada viável na reunião (foto 6). 
Vencido o primeiro, apostar agora no segundo desafio. Na verdade, explicou Salim, que tais programas são meios para o alcance do objetivo maior do Aquiflora: recuperação do passivo ambiental e contenção do processo de desertificação instalado no bioma caatinga. E completou que os outros programas transversais, capacitação da escola em planejamento e gestão escolar, formação de catingueiro, valores históricos e culturais da caatinga, todos apontam e contribuem igualmente para o mesmo objetivo.