CAATINGA TEM SEU DIA NACIONAL COMEMORADO NESTE 28 DE ABRIL

28 de Abril - Dia Nacional da Caatinga

Instituído por decreto federal de 20/08/2003, o Dia Nacional da Caatinga é comemorado em 28 de abril. A escolha da data é uma homenagem ao agrônomo, ecólogo, professor e cientista pernambucano João de Vasconcelos Sobrinho. Estudioso da temática, já no final da década de 1940, tratava da questão da desertificação e denunciava a presença do fenômeno no semiárido brasileiro. Também pioneiro em estudos da caatinga e de alçar o debate, para além do conceito e da fama de miséria e pobreza da gente e da natureza, para demonstrar ser um bioma provido de recursos naturais e de rico patrimônio biológico, com diversas espécies de animais e vegetais endêmicas, ou seja, encontradas unicamente nela. 

Pioneiro também na escola de ver e ensinar que o meio ambiente era um conceito mais complexo e tema bem mais amplo, incluindo, ao lado dos conhecidos atributos físicos, químicos e biológicos, também fatores culturais, sociais e econômicos. Dedicou uma vida inteira ao ensino e à promoção da Ecologia e defesa da conservação dos recursos naturais. Justa homenagem tomando-lhe emprestado a data de seu natalício, em 28 de abril de 1908, para o Dia Nacional da Caatinga. 

Os estudos multiplicaram-se e foram dando prova do que pregava Vasconcelos Sobrinho. Entre os seis biomas terrestres mapeados no Brasil (mapa), a Caatinga é o único exclusivamente brasileiro, ou seja, integralmente encravado no território nacional, estendendo-se por uma ampla área de 85 milhões de hectares (10% do território brasileiro) distribuída pelos nove estados Nordestinos e parte do norte de Minas Gerais. Caracterizada por um clima semiárido, quente e seco, períodos curtos e inconstantes de chuvas (inverno) e prolongados de estiagem (verão). No contexto continental, representa uma anomalia climática de um enclave semiárido no interior de uma paisagem tropical de florestas de clima quente, porém úmido e chuvoso.

Não obstante, sustenta uma população de 25 milhões de sertanejos (12,5% da nacional) e abriga uma rica biodiversidade de flora e fauna. Espantosa para os especialistas em clima o que distingue e faz desse bioma único no mundo com tamanha diversidade de vida, como demonstrado por Vasconcelos Sobrinho.  Predicados que, todavia, não lhe conferem cuidados maiores de seus nativos, pois, segundo o IBAMA tem cerca de 80% de seus ecossistemas alterados. Fato que, em combinação com os impactos de secas periódicas, não poderia ter consequência negativa outra que da instalação do citado processo de desertificação e infertilidade do solo. 

Na opinião generalizada de estudiosos  e educadores, conhecedores de seus problemas, a dívida do homem nesse passivo de devastação decorre da secular exploração inadequada e predatória da terra e seus recursos. No entanto, ressalvam que poderia ser outra bem diferente se o sertanejo, desna de pixote, fosse educado para ser um catingueiro conhecedor, respeitador e protetor do pedacinho de sertão que lhe dá vida, abrigo e sustento. E adiantam ser um desafio possível para uma escola rural preparada e apoiada para ofertar um ensino básico orientado para tal missão.

Com o intuito e propósito de contribuir na missão de mudança de olhar e atitude, nesta data comemorativa relembra-se aqui a promoção pela ABDA/Projeto Aquiflora,  em 2014, do ciclo de seminários  sobre o Bioma Caatinga por sete municípios sertanejos do oeste potiguar (Campo Grande, Caraúbas, Janduís, Messias Targino, Paraú, Triunfo Potiguar e Upanema). Trabalho realizado em parceria com as Secretarias Municipais de Educação e Meio Ambiente e a equipe de catingueiros do CEMAD/UERN.  

Seminários que, em 10 cadernos impressos e gravados em CD, distribuídos na ocasião, abordaram os principais assuntos da temática da Caatinga e tiveram uma assistência total de aproximadamente 600 participantes, entre professores, gestores, técnicos, estudantes, jornalistas, comunitários. Mais detalhes no portal e redes do Aquiflora.