TRES ANOS DE AVANÇOS E CONQUISTAS NA RESTAURAÇÃO DO CAMARÃO PITU

TRES ANOS DE AVANÇOS E CONQUISTAS NA RESTAURAÇÃO DO CAMARÃO PITU

Nessa segunda quinzena de maio passado foram coletadas de três viveiros no Centro de Aquicultura Lawrence, situado em Jundiá (RN), 153 fêmeas (135 no dia 15 e 18 no dia 22) do camarão pitu (Macrobrachium carcinus). Destas, 145 estavam ovadas e foram transportadas para o laboratório de carcinicultura da Larvi Aquicultura e Projetos Ltda, situada na praia de Barreiras, em Macau (RN) para esse estágio da larvicultura do ciclo de reprodução, ou seja, o inicial produção de larvas e pós-larvas do crustáceo, que acontece necessariamente em águas salobras.

As pós-larvas (filhotes) reproduzidas pela Larvi seguem para dois destinos em água doce: soltura em rios, lagoas e açudes para restauração dos estoques naturais do carcino,dizimado pela pesca predatória, barramento de rios e poluição das águas; estocagem em berçários e viveiros do citado Centro para maturação de pitus juvenis para soltura e adultos para reforçar e renovar o plantel de reprodutores do programa de restauração do Projeto Aquiflora, executado numa parceria da ABDA e as duas aquicultoras mencionadas. Para o Centro retornam também as fêmeas desovadas para descanso e novo período de ovulação e repetição do ciclo.  

Importante ressaltar que esse processo reprodutivo acontece inteiramente em ambiente artificial controlado pelo homem, da larvicultura em laboratório (75 dias) e crescimento até o porte de camarão adulto em viveiros (200 dias), num ciclo de 275 dias ou 9 meses.  Neste mês de junho de 2015, completam três anos desta parceria, com repetição de 4 ciclos. No período o Centro recebeu um total 20 mil pós-larvas da Larvi, retornou para o plantel dela 300 pitus adultos selecionados e entregou à ABDA 9.000 pitus juvenis para o programa do Aquiflora de soltura na natureza. Atualmente dispõe de 3 mil pitus adultos estocados para as finalidades descritas.

O balanço positivo demonstra os resultados e ganhos deste trabalho em termos de experiência de conhecimento do processo, nas práticas de manejo e na oferta crescente de filhotes para vencer o desafio da restauração e retorno do crustáceo a nossos rios, lagos e açudes.A produção atual ainda é restrita, mas pode atender demandas de projetos ecológicos,  semelhantes ao do Aquiflora, de restauração do pitu na natureza e retirada do Macrobrachium carcinus do livro vermelho das espécies em risco de extinção. Boas notícias em comemoração à semana do Meio Ambiente.