SALVAMENTO DE PEIXES NO SEMIÁRIDO DO SERTÃO POTIGUAR

SALVAMENTO DE PEIXES NO SEMIÁRIDO DO SERTÃO POTIGUAR

O Projeto Aquiflora, além do crustáceo pitu, investiu também na preservação de peixes comerciais nativos (curimatã, piau, traíra e o bagre apaiari) e adaptados (tilápia, tucunaré) do semiárido do sertão do Oeste potiguar através de três ações: reprodução (curimatã e piau), peixamento e salvamento. Esta última ação operou-se de 2012 até 2015, principalmente em açudes comunitários de Upanema e Campo Grande. O açude em final de seca era despescado por rede de arrasto e a fauna aquática capturada era transladada para reservatório maior (fotos): barragem de Umari e trecho perenizado do rio Carmo (Upanema) e açude Morcego (Campo Grande). Pode-se dizer que tais reservatórios atuam como grandes berçários da fauna aquática local.

Atividade realizada em parceria com as colônias de Upanema e Campo Grande que se ocupavam com a captura e o translado. Aquiflora bancava o veículo e o kit de transporte (caixa de 1.000 litros e bomba de oxigênio a bateria) até o local da soltura. Segundo a Colônia, somente em Upanema foram salvos cerca de 1,5 milhão de peixes no período. Quantidade simbólica em comparação com a que foi dizimada pela seca dos açudes da região.

A exploração desses açudes pela comunidade ocorre num regime como o de safra agrícola anual, ou seja, peixamento (plantio) no ano anterior para despesca (colheita) no seguinte. Em final de 2015 todos os pequenos reservatórios estavam secos e dizimada sua fauna e os meios de sobrevivência da agricultura e pesca familiar. O salvamento ajudava na manutenção de uma reserva de peixes adultos para recuperação da fauna no retorno das águas. A seca terminou por atingir severamente até os grandes açudes obrigando a pausar as citadas ações.