EDUCAÇÃO AMBIENTAL

MUDANDO O CLIMA PELA EDUCAÇAO

A Educação, no sentido de formação e preparo do indivíduo para ser um cidadão e comportar-se como tal na vida social e profissional, é um processo de aprendizado que se inicia no seio da família, enriquece-se no banco da escola e forja-se na prática do cotidiano. Com base nessas premissas, ABDA, em suas parcerias com a Escola, investe em programas educativos da transversalidade curricular desde o ensino infantil ao médio. Busca inserir e integrar seus projetos em programas de capacitação docente, práticas de cursos e ações conjuntas em jornadas pedagógicas e eventos afins do calendário escolar.

Em nossas ações educativas está sempre presente a lição da sustentabilidade ambiental e inclusão socioeconômica. Preparar o futuro desde logo cedo Mudando o Clima pela Educação.

Além de ações como essas do vídeo, nas tradicionais datas comemorativas (Dia da Árvore, Dia da Água, Semana do Meio Ambiente e outros eventos) são realizadas com a escola. Resumo das principais a seguir.

Desenvolvimento Local Sustentável

Programa Conte sua Historia

Tema do programa educativo Conte Sua História do Projeto Peixe da Gente, objetivando mobilizar o capital social regional para resgate do patrimônio natural, socioeconômico e histórico-cultural, potencialidades e oportunidades locais. Programa permanente norteador e propulsor de ações realizadas por escolas e comunidades urbanas e rurais, coordenado por secretarias municipais, principalmente de Educação, Cultura e Meio Ambiente. Campo amplo na região para aplicação e difusão considerando uma base de suporte de 470 escolas, 2.200 professores, 41 mil estudantes do ensino básico e uma população de 162 mil habitantes dos 14 municípios do Projeto, em números redondos do IBGE em 2009.

Trabalho participativo, partindo da escola para a família e comunidade, cada qual contando sua história pessoal ou institucional, colhendo lembranças e provas materiais dessa memória como escritos, fotos, imagens, partituras, gravações, instrumentos, ferramentas, selos, moedas e outros objetos. Material catalogado, classificado e organizado para ser posto à disposição do público em forma de livro, álbum, vídeo, museu, biblioteca, monumento, coleções visitáveis no município e em sites.

Base de dados poderosa e diversificada abastecida e atualizada com informações sobre as potencialidades e vantagens locais do patrimônio natural, histórico, artístico e cultural; habilidades pessoais e capacidades institucionais; redes locais e regionais de apoio; recursos materiais, quadro profissional, tecnologias e instrumentos disponíveis. Suporte indispensável a estudos de problemas de sustentabilidade social, econômica e ambiental da zona urbana e rural; diagnóstico, enquete, pesquisa de opinião. Elaborar projetos para captar recursos e parcerias de investimento na solução e mudança de paradigma.

Contribuição importante a esse levantamento dada pela escola com ações através de matéria transversal de sua base curricular e programação de ensino no calendário anual das disciplinas regulares. Para evitar dispersão de propostas, foi orientado que a Escola se guiasse pelas dimensões presentes no território: Meio Físico, Histórico-Cultural, Socioeconômico, Político-Institucional e Científico-Tecnológico.

Programa proposto para ser permanente nas políticas e ações das prefeituras municipais como instrumento gerador e integrador de projetos setoriais das pastas e parcerias comunitárias. Integrador também de redes institucionais, científicas e tecnológicas, empresariais e sociais, atraídas e movidas pelas ações do DLS - Desenvolvimento Local Sustentável. Teve adesão e início nos 14 munícipios visitados, mas somente 8 completaram o trabalho: Apodi, Caraúbas, Encanto, Itaú, Olha D´Agua do Borges, Patu, Riacho da Cruz e Severiano Melo.

Participaram 280 representantes da comunidade (professores, gestores, funcionários, estudantes). Na visita inicial de apresentação deste Programa, a primeira abordagem era lançar um desafio aos presentes para encontrar nos livros adotados na escola “uma só linha sobre a geografia, história e cultura do município”. Na aplicação da metodologia do programa pela equipe escolar, todas elas fizeram levantamento geral orientado pelas dimensões e, na culminação, apresentaram tema local. Como exemplos: Olho D´Água do Borges elegeu as origens do município, apresentadas, em formato de peça teatral, em praça pública na data comemorativa de emancipação. Apodi apresentou uma coletânea sobre origem dos nomes de comunidades rurais; Patu numa palestra abordando vantagens locais para o turismo baseado no mito do cangaceiro Jesuíno Brilhante, atrativos naturais da Serra Lima para voo livre e o Santuário de Nossa Senhora instalado nela. (Saiba mais em Piscicultura).

Com apoio do CNPq, a metodologia do Clustering foi aplicada na organização da cadeia do turismo numa ação denominada Paturismo que chegou a seu final na proposta de um plano, eleição de um comitê gestor e organização de uma base no Campus regional, sediado em Patu, da Universidade Estadual, no período set/2010-abril/2011. Evidentemente construído no Fórum do APL do Turismo de Patu. (Saiba mais em Organização).

Na sondagem das habilidades, foram descobertas vocações escondidas nas artes do bordado e costura, composição e canto, pintura e escultura, verso e prosa; esportes e turismo; culinária regional; cerâmica, movelaria, reparos e consertos; enfim um invejável quadro de artesãos e profissionais para atender necessidades locais. Na ausência dessa rede de empreendedores, demandas locais eram atendidas em centros de fora, exportando para eles a pequena renda gerada na comunidade, impactando a sustentabilidade da economia local.

Cada município tratou seus coletados e os apresentou em palestras, seminários, coleções e peça teatral (ver mosaico de fotos). A Coordenação do Programa sugeriu a cada um editar seu material num livro didático oficial de uso nas escolas para o ensino da geografia, história, cultura do município/região. E que, na ilustração de lições, ao lado dos habituais águia, elefante, girafa, leão, zebra, uva, maçã, pêssego, incluíssem também seres bem conhecidos da terra como raposa, tatu, sagui, jaguatirica, cancão, bentivi, xixe-xique, pitomba, cajá, umbu. O exercício de uma criança imaginar, saboreando uma maçã, como é árvore dela não se compara ao prazer de ela mesma colher e chupar um cajá ou umbu debaixo do pé no quintal de sua casa.

Ao seu final, o Programa ressaltou a lição da experiência vivida do Conte Sua História que ensinou ter muito a ganhar quem se preocupa e investe no conhecimento de sua história e no da terra que lhe deu a vida e lhe dá sustento: o cidadão, a escola, a comunidade e o município. Demonstrou, enfim, a importância para o planejamento da gestão municipal dispor de um mapeamento das dimensões presentes no território, elaborado pelas forças e com recursos das redes do DLS e arranjos econômicos locais.


DOCUMENTARIO DO PROGRAMA EDUCATIVO CONTE SUA HISTÓRIA DO PROJETO PEIXE DA GENTE
Superior: apresentação do programa a professores e aluos; entrevista a morador sobre a vida local.
Meio: sondagem sobre a situação socioeconômica; tratando dados coletados; resultado no elenco de teatro.
Inferior: cenas do elenco apresentando a peça sobre a história do município prestigiada pelos moradores.


Economia Sustentável

O rápido desenvolvimento da carcinicultura nos primeiros anos da década passada motivou um debate sobre seus impactos ambientais entre defensores da economia e do meio ambienta. Por outro lado, as discussões no Cluster levaram à consideração de que solução alguma viria dessa polarização. Pelo contrário, necessário seria demonstrar a importância de ambos, com base nos pressupostos de ser indispensável um ambiente sadio para o cultivo e uma economia sustentável para o negócio do camarão. Mote utilizado pela ABDA para submeter e ter sua proposta aprovada pelo CFDD (Conselho Federal dos Direitos Difusos); detalhe no Projeto CFDD.

Como tal demonstração deveria ser ampla no segmento e arranjo produtivo, levou o Projeto de estabelecer parceria com escolas da rede de ensino dos principais municípios produtores de camarão para colaborar na divulgação e difusão do conceito de economia sustentável. Isso, com base noutro pressuposto de que as lições de classe são levadas para casa e daí repassadas à rua, ao bairro e às comunidades urbanas e rurais.

A principal ação nas escolas foi a realização dos seminários e oficinas sobre a temática com professores e gestores escolares, gestores e técnicos ambientais e outros convidados, reunindo 70 participantes das Secretarias de Educação e Meio Ambiente. Eventos teve duração de 2 dias, com Seminário no primeiro e Oficina, no segundo. O Seminário destinava-se à apresentação do Projeto e do Programa educativo; consistindo este de fundamentos, conceitos, o trabalho a realizar e sua metodologia, o conteúdo dos cadernos da coletânea, instrumento e material didático de apoio à escola em seu repasse em sala de aula e comunidade e formação de multiplicadores e difusores da temática do programa repassado.

A Oficina focava aplicação prática do apresentado no Seminário, trabalhando conteúdo e metodologia de repasse com exemplos iniciais do mediador para abrir espaço e estimular participação do grupo com contribuição própria ou formulada na ocasião. Uma ação dinâmica explorada foi a de produzir apostila, lições de classe, cartilha, palestra, folheto, banner, até mesmo outros cadernos, através da montagem de páginas de distintos cadernos, formatados no estilo cada página/seu assunto.

Na preparação da escola, foram realizados, nos municípios, 9 seminários para 70 participantes e 9 oficinas para 30 participantes cada uma, ou total de 945 participantes, em 18 dias, 144 horas de sala de aula e mais um tempo igual de orientação à distância por e-mail para esclarecer dúvidas. Nesses eventos, foram distribuídas 960 pastas contendo cópia impressa e em CD da Coletânea, bloco de notas, caneta, camiseta e boné personalizado, folheto e certificado de participação. Outros 300 CD foram distribuídos com secretarias, escolas municipais e outros parceiros.

Coletânea distribuída aos professores abordando 16 temas: 1-Meio Ambiente; 2-Ambiente Costeiro; 3-Biomas do Litoral do RN; 4-Recursos Naturais; 5-Recursos Naturais do RN; 6-Agravos ao Meio Ambiente; 7-Empresa, Legislação e Meio Ambiente; 8-Meio Urbano e seus Impactos Ambientais; 9-Meio Rural e seus Impactos Ambientais; 10-Pesca; 11-Aquicultura; 12-Piscicultura; 13-Carcinicultura; 14-Agricultura e Pecuária Industrial e Familiar; 15-Petróleo e Gás Natural; 16-Turismo.


Formação de Catingueiros

Projeto Aquiflora - desenvolveu os programas educativos Gestão Escolar e Temática da Caatinga com o objetivo de contribuir para educar o sertanejo para ser um catingueiro, ou seja, um parceiro proativo na preservação da caatinga através de um convívio sustentável para com a terra de seu berço, sustento e moradia. Na verdade, um processo educativo que demandava indispensável parceria com a escola básica, do ensino infantil ao médio. Para melhor aproveitar o potencial escolar nas lições sobre a temática da caatinga, o Projeto julgou necessário investir no primeiro programa como reforço na escola e seu quadro de gestores e docentes. Para tanto realizou capacitação em planejamento e gestão escolar, inclusive no aprendizado sobre fundamentos e procedimentos de construção coletiva do Projeto Político Pedagógico (PPP) e do Projeto de Educação Ambiental. Resumo dos programas a seguir.

Gestão Escolar. Esta capacitação deu-se em duas etapas com suporte de uma coletânea de 8 cadernos sobre Gestão Escolar elaborados pela equipe de pedagogia do Aquiflora. Inicialmente, em seminários ocorreu o repasse do conteúdo dos cadernos e da metodologia de sua aplicação em classe para 360 professores e gestores das escolas (41) de 4 municípios do semiárido sertanejo: Campo Grande, Janduís, Triunfo Potiguar e Upanema.

O treinamento da aplicação da metodologia ocorreu em oficinas (30) de construção do PPP por gestores e professores (120 ou 30/equipe) de 4 escolas. As oficinas tiveram representantes de todas as 41 escolas (24 rurais) para que cada uma dispusesse internamente de multiplicador do PPP. Culminou com a apresentação do PPP ao gestor municipal em evento solene para um público da escola e comunidade. Esta ação foi divulgada pelo Projeto em mais 3 municípios (Caraúbas, Messias Targino e Paraú), totalizando 38 eventos de capacitação, treinamento e promoção para 730 participantes. Momentos nos vídeos:

Preservação da Caatinga. Na sequência desse trabalho preparatório de Gestão escolar, o Projeto realizou seminários (8) para professores (415) de escolas (120) e técnicos (175) dos 7 munícipios parceiros citados para repassar-lhes conteúdo, material didático e metodologia de aplicação na comunidade escolar dos 10 cadernos da temática explorada pela Coletânea da Caatinga. Esta mensagem da preservação da caatinga foi levada diretamente para pescadores e ribeirinhos (1.200) em 6 eventos (reuniões, assembleias, dia do pescador, dia da caatinga, feira agropecuária); para estudantes (3.000) do ensino básico em 10 eventos (dia água, árvore, caatinga; semana do meio ambiente, da cultura, emancipação política; feira de ciências; caravana ecológica, formatura escolar). Trabalho com a participação da equipe do CEMAD –Centro de Estudos do Semiárido da Universidade Estadual. Momentos de seminários em Campo Grande e Upanema.



Mais Natureza. Esta foi a terceira ação do Programa Educativo do Projeto Aquiflora, voltada para estudantes do ensino básico (Fundamental e Médio) para complementar, reforçar e demonstrar aplicação no mundo real do conhecimento ministrado em sala de aula sobre os fenômenos naturais. Objetivo principal de verificar o nível de conhecimento sobre esses fenômenos e do grau de percepção e entendimento de relação entre eles e seus efeitos. Isto porque os fenômenos ensinados em distintos níveis, classes e momentos da escola são operados de forma integrada e contínua pela Natureza. Fato que faz da Educação Ambiental uma matéria transversal complexa no conteúdo, exigente na metodologia e abrangente na pedagogia de ensino. Ainda mais complicado fica o quadro quando se lhe sobrepõem as ações do homem.

A experiência foi realizada com 25 alunos do ensino fundamental II (10 a 14 anos) de escolas de Upanema, tendo como base de campo a sede da Colônia às margens do lago da barragem de Umari. Oportunidade para observar, coletar, identificar e analisar materiais (minerais, rochas, solos, água, planta, fauna), formas de relevo e até modelos reais reduzidos e intervenções humanas sobre elas (estradas, cercas, casas, galpões, rede de energia, açudes, agricultura, pesca).

Para seu estudo, este acervo foi organizado numa relação de tópicos como um programa de aula. Os professores participantes atuaram como orientadores dos alunos na formulação das questões vistas no terreno e na busca de respostas nos saberes da escola. O programa teve duração de 3 meses, duas manhãs por semana: uma no campo para observação e coleta de material, outra na escola para organizar e sistematizar os conteúdos pesquisados e apreendidos e preparar a próxima exploração de campo.

Assim procedendo, os alunos puderam observar as relações entre rochas e minerais, solos e rochas, fauna com flora e a dependência destas do relevo, solo e água. Quanto à intervenção humana, entenderam o uso do barro (argila) e madeira (plantas) para fabricar os materiais (telha, tijolo, caibros, estacas) para construir o galpão e a cerca. Como atividade econômica, o cultivo de peixes em tanques-rede (gaiolas) no lago da barragem local. Como hábitos, pesquisa do peixe na dieta alimentar da população urbana de Upanema. Os participantes (alunos e pais) assistiram a palestras sobre biodiversidade e economia da caatinga como plantas medicinais (Silvana Gomes, do Idema), Pescado na dieta alimentar (Priscila Rayane), uso de águas salobras em cultivos agroecológicos (José Leôncio, aluno da Ufersa, vencedor da edição 2013 do prêmio Jovem Cientista, patrocinado pelo CNPq (ver link abaixo).

Foram também levados a conhecer e discutir no campo exemplos de impactos ambientais de causas naturais (erosão fluvial) e humanas (desmatamento) e combinadas (assoreamento). Impactos naturais das secas provocando escassez de água, limitando e até impedindo a atividade de agricultura e pecuária; provocando mortandade de peixes dos açudes comunitários e ações humanas de salvamento deles das quais participaram. Soma desses impactos naturais e humanos provocando degradação do solo e desertificação.

Ações com a finalidade de repassar conhecimentos sobre a biodiversidade, potencialidades e oportunidades da caatinga. Também sobre falta de iniciativas para aproveita-las em projetos agroecológicos adequados ao semiárido do bioma Caatinga. Ocasião em que lhes foi apresentada uma metodologia e suas ferramentas para mapear essas potencialidades e problemas e ordenar a ocupação e uso sustentável do território: a Pegada Ecológica. Alternativas e meios para converter sertanejo predador num verdadeiro catingueiro respeitador, preservador e defensor de sua terra.

O ensino teve atenção e interesse do grupo, resposta mais fácil no aprendizado que o inicialmente esperado pelo Projeto como dificuldade normal pelas circunstâncias. Uma explicação viria do fato de lidar com estudantes vivendo aquela fase de vida infantil dos olhos e espírito abertos e voltados para a descoberta do mundo exterior. Os professores participantes aproveitaram também para reconhecer o campo como laboratório natural para o ensino, especialmente de geografia, ciências, história e cultura. Material da melhor qualidade e disponível gratuitamente ali pertinho: bastando abrir a porta da escola, os olhos e a mente.

Documentário em:

Mosaico de fotos abaixo, outras seções deste portal ABDA, portal Aquiflora e páginas do Face, Youtube e Flickr.

Resumo de atividades da ABDA demonstrando sua experiência na Educação Ambiental na escola e comunidade, na capacitação, treinamento e produção de material didático par gestão e planejamento escolar e temática do semiárido da caatinga. Link do trabalho de José Leôncio: clique aqui! (acessado em 26/11/17; às 11:08h)

MOSAICO DE FOTOS DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA +NATUREZA

baixo>esq>dir: reunião inaugural (set/2013) com alunos e familiares; trabalho prático em turma; aula de campo com prof. Geografia; coleta orientada de dados e material no campo; discussão do material coletado na base de campo e em sala de aula. Apresentação de painéis de resultados campo+escola na aula final (dez/2013): elementos mais abundantes da crosta terrestre; minerais e rochas; água; solos; vegetação; conjunto da história levantada pelos grupos; lista parcial de presença às aulas; palestras sobre biodiversidade e economia da caatinga: plantas medicinais; pescado na dieta alimentar; cultivo com águas salobras. Fotos: arquivos ABDA/Aquiflora.

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