REFLORESTAMENTO DE MATA CILIAR

CAATINGA

Em face das diversas utilidades (madeireira, energética, medicinal, frutífera e artesanal) e do extrativismo sem a devida reposição, a existência das principais espécies vegetais arbóreas nativas e da fauna a elas associada está seriamente comprometida. Pelo rigor de seu clima semiárido, a diversidade da flora nativa da caatinga é inusitada e tida como única nesse clima no mudo.

Na área do Projeto Aquiflora no alto curso da bacia hidrográfica do rio do Carmo, as espécies arbóreas nativas principais são Angico (Anadenanthera macrocarpa), Aroeira-do-sertão (Myracroduon urundeuva), Barauna (Schinopsis glabra), Cumaru (Amburana cearenses), Feijão-bravo (Capparis flexuosa), Imburana (Commiphora leptophioeos), Jatobá (Hymenaea sp), Juazeiro (Zizypus joazeiro), Jucá (Caesealpina ferrea), Mulungu (Erythrina mulungu), Pau-branco (Auxemma oncocalix), Pau-d'arco-roxo/Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa),Quixabeira (Bumelia obtusifolia).

Destacadas em negrito são as espécies ameaçadas e as demais são de ocorrência reduzida na mata da caatinga da região. ABDA adensou e enriqueceu um bosque de 5 hectares de área no terreno da Colônia e entorno, na barragem de Umari, mantido por irrigação de gotejamento. Finalidade principal de constituir uma sementeira natural para programa futuro de reposição da flora. Trabalho realizado com a participação ribeirinhos e pescadores como forma de instrução e treinamento de recuperação e preservação de matas ciliares (ver mosaico de fotos). Cuidados indispensáveis pelos serviços prestados à proteção dos mananciais, fertilização da água e à manutenção da biodiversidade desse ecossistema que sustenta a pesca e piscicultura.

Infelizmente pouco sobreviveu à severa e prolongada seca, baixando tanto o nível da água e a distância da margem do lago da barragem, que impediu o bombeamento e o uso do sistema de irrigação instalado.


Reflorestamento de mata ciliar da caatinga do lago da barragem de Umari, sertão de Upanema.
Acima, a partir da esquerda: explanação sobre reflorestamento e treinamento para pescadores (1), ribeirinhos (2) e equipe de plantio na preparação de mudas (3). Abaixo, a partir da esquerda: instrução de campo (4) de plantio de muda de aroeira (5) com grade de proteção (6) e rede de irrigação captando água do lago, visto no azul ao fundo (7) Fotos: arquivo da ABDA/Projeto Aquiflora (2012-2013).

AGRESTE/MATA ATLÂNTICA

ABDA realiza trabalhos de recuperação também de flora do Agreste e da zona da mata do litoral oriental úmido do RN. Especialmente na faixa de transição entre ambos pelo seu valor socioambiental particular, caracterizado por ser local de nascentes de micros bacias contidas no citado litoral. O reflorestamento investe na recuperação de mata ciliar dessas nascentes e de corpos de água decorrentes (ver mosaico de fotos)

A micro bacia focada é a do Rio Araraí, com 35 km de curso entre a nascente nas proximidades da cidade de Brejinho e o desaguadouro na lagoa de Nísia Floresta. Trabalho concentrado no alto curso do rio onde foram levantadas e documentadas 13 nascentes, a maioria destituída de mata ciliar e de outros cuidados das propriedades beneficiárias que, por ironia, devem a elas sua existência.

Nesse trabalho ABDA contou com a parceria da Fazenda Lawrence que tem 4 nascentes em suas terras, duas delas no nascedouro do Araraí. No local foram construídos canteiros de produção e recepção de mudas doadas pelo horto do Parque das Dunas, em Natal, administrado pelo órgão ambiental estadual (IDEMA). Estrutura que serve de base de apoio a treinamento de técnicos e acolhimento de visitas de alunos universitários e de escolas de ensino básico da região.

Na parceria a fazenda entra com a mão de obra e ABDA, com insumos (mudas, sementes, sacos, corretivo, fertilizante) e a orientação técnica. Dela resultou um reflorestamento de 2 hectares de mata ciliar através do plantio de 2.100 mudas de espécies nativas da mata local: Amescla de Cheiro (Protium heptaphyllum), Angelim de morcego (Andira anthelmia), Aroeira-do-cerrado (Astronium fraxinifolium), Batinga (Eugenia sp), Camboim (Eugenia crenata), Cauaçu (Coccoloba latifólia), Cumichá (Allophylus puberulus), Guabiraba (Campomanesia dichotoma), Ipê Amarelo (Tabebuia serratifolia), Ipê Roxo (Tabebuia impetiginosa), Jatobá (Hymenaea courbaril), Jucá (Pau Ferro) (Caesalpinia ferrea), Maçaranduba (Manilkara salzmannii), Mirindiba (Buchenavia capitat), Mogno (Swietenia macrophylla), Mulungu (Erythrina mulungu), Paineira (Ceiba speciosa), Pau Brasil (Caesalpinia brasiliensis), Pau mulato (Myrcia multiflora), Peroba (Aspidosperma polyneuron), Quiri (Brosimum guianense), Sapucaia (Bowdichia virgilioides), Ubaia Doce (Eugenia speciosa).


Reflorestamento de mata ciliar de nascentes do rio Araraí na zona transição agreste/zona da mata, em Brejinho.
Acima, a partir da esquerda: delimitação da malha de covas de reflorestamento (1); canteiro de mudas da flora local (2) e preparo do substrato com terra, estrume e calcário (3). Abaixo, a partir da esquerda: plantio da muda numa das covas na malha (5) das encostas do riacho alimentado pelas nascentes locais (6). Fotos: arquivo da ABDA/Projeto Aquiflora (2013).

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